Também pudera! – este governo faz perder a paciência a um santo…
PGR no Parlmento
Pinto Monteiro foi ouvido na 1.ª Comissão Parlamentar sobre a Lei de Segurança Interna e entrou em conflito com o socialista Ricardo Rodrigues.
Viva a Irlanda – 4! – em Portugal ninguém se chega à frente?
Passam a vida a dar o dito por não dito! – estão como o outro: eu nunca disse “jamais”!
Ministro da Agricultura falou em “radicais” e não em extrema-direita
Mário Pina: O suave milagre (II)
Recusando-se a reconhecer os milagres estatísticos do Ministério da Educação, há quem aponte o facilitismo das provas de aferição deste ano e veja aí a explicação do súbito sucesso dos alunos portugueses a Matemática.
Mas não houve sombra de facilitismo. Foi mesmo milagre. A prova de aferição do 6.º ano incluiria, por exemplo, uma questão praticamente igual à da do 1.º Ciclo (ex-4.ª classe) do ano passado.
Nada menos verdadeiro. Na prova do 1.º Ciclo de 2007, a questão era sobre a turma do Nuno; este ano foi sobre a turma do Ricardo. No ano passado, o pictograma era feito com “smiles”, este ano foi com bolinhas.
Na prova do 1.º Ciclo de 2007 perguntava-se sobre alunos que aprendiam informática; na prova do 6.º ano de 2008 foi sobre alunos que aprendiam piano. No ano passado, no 1.º
Ciclo, para resolver o problema, bastava somar um “smile” e meio; agora, no 6.º ano, já era preciso somar três bolinhas e subtrair uma, o que é muito mais difícil.
Os críticos verão que, depois, no 9.º e no 12.º anos, já será preciso saber multiplicar, e até dividir! A epopeia educativa da Matemática é para continuar.
Dúvida inaceitável: queremos melhores estudantes ou um melhor ranking?
Não é normal alunos, professores e especialistas estarem de acordo. Muito menos quando o assunto se chama Matemática. Mas, à semelhança do que já tinha acontecido antes em outras áreas, no final do exame nacional de Matemática do 12.º ano, a que ontem se submeteram cerca de 50 mil estudantes, as opiniões eram unânimes: “fácil”, “acessível”, “sem problemas de maior”, foi como o caracterizaram.
Como se sabe, o nível de iliteracia a Matemática no nosso país é considerado um problema grave do nosso ensino (o outro é o Português). Em 2006, no estudo para o Programa Internacional para a Avaliação de Alunos (PISA), que a OCDE publica de três em três anos, a média de conhecimentos a Matemática dos alunos portugueses era de 466 (a média global é de 500), e Portugal ocupava o 37.º lugar do ranking, só deixando atrás de si a Itália, a Grécia, a Turquia e o México. Pior: o valor era o mesmo de três anos antes, o que provava não ter existido evolução.
É verdade que a média nacional, apesar de continuar negativa, tem melhorado entretanto. Passou de 6,9 em 2005, para 7,3 em 2006 e para 9,6 no ano passado. Uma subida gradual, que seguramente se irá reflectir para o ano no próximo estudo da OCDE. Mas perante a coincidência da melhoria das notas e da facilidade que alunos, professores e especialistas encontram nos exames, fica uma dúvida inaceitável: queremos melhores estudantes ou um melhor ranking?