Livresco’s Weblog

O que vou lendo por ai…

JN – João Marcelino (director): A OBRIGAÇÃO DA POLÍCIA

1. Dois homens entram nas instalações de um banco. Puxam de armas e colocam-se à margem da lei. Decidem ser criminosos, potencialmente de grau mais elevado – e para o comprovar encostam os canos das armas à cabeça de reféns. Perante um quadro destes, uma polícia profissional de um país democrático tem obrigatoriamente de actuar. Os elementos do GOE (Grupo de Operações Especiais) fizeram-no. Acredito que em todos os momentos pesaram a segurança dos dois cidadãos ameaçados pelos criminosos. Dispararam pela certa, porque numa situação daquelas não há filmes que nos valham. Não é possível brincar na defesa da segurança pública nem arriscar a vida de inocentes. Eles, os soldados, estavam lá para cumprir o contrato com a sociedade. Vão agora carregar esse fardo para o resto das respectivas vidas. Mas depois de quase nove horas de sequestro já não era possível tomar aqueles assaltantes por pessoas desequilibradas, apenas levianas e momentaneamente revoltadas. Não! Eram criminosos que estavam a ameaçar de forma real a vida de outros e a invadir propriedade privada. Não é indispensável, num caso assim, ter família e prezar um Estado democrático para fugir ao politicamente correcto de um discurso pseudopacifista. A polícia, pese o choradinho hipócrita e pusilânime, cumpriu a sua obrigação dolorosa. Presto daqui a minha homenagem àqueles soldados, e também aos seus superiores que tiveram de ordenar a difícil decisão. Solidarizo-me com a dor deles, que presumo solitária e silenciosa. Estas coisas na vida não se partilham. A demagogia, essa, sim.

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09/08/2008 Posted by | Política: artigos de opinião | , , | Deixe um comentário

DN – Editorial: A difícil decisão tomada pela polícia

A acção da PSP na noite de quinta para sexta-feira no sequestro de Campolide deixa-nos a todos mais sossegados e seguros como cidadãos. A polícia portou-se com o profissionalismo que dela se espera numa situação que é simbólica do aumento da perigosidade do crime. E mesmo da sua globalização: quem viu aquele homem de óculos escuros, que sabíamos brasileiro, de pistola apontada ao pescoço do refém, não pode ter deixado de pensar noutras paragens em que estas cenas são bem mais usuais que no suave Portugal.

O sequestro do BES de Campolide tinha tudo para correr mal. Nunca os sequestradores chegaram tão longe, nunca a equipa de negociações teve tão pouca margem de manobra. Às onze da noite percebeu-se que se tinha atingido a situação-limite, no que de mais incerto tem essa definição num caso destes: até onde iriam os assaltantes?

E foi então que a polícia decidiu atirar. Todos percebemos como a decisão foi ponderada, mas todos também sabemos como foi difícil – tal como explicou o director nacional da PSP, na conferência de imprensa. Tentando preservar todas as vidas, as dos reféns eram prioritárias. Nestes momentos, transmitidos em directo pelas TV, é bom saber que temos uma polícia que toma decisões difíceis.

Duas palavras mais de elogio. Uma para o segundo sniper, o que teve a difícil decisão de disparar alguns segundos depois do primeiro, porque o alvo tinha entretanto saído da sua mira: nesses segundos, a situação podia ter-se transformado em catástrofe. Outra palavra para os dois reféns, que mostraram uma calma notável: merecem uma homenagem.

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09/08/2008 Posted by | Política: artigos de opinião | , , | Deixe um comentário

JN – Ferreira Fernandes: AFINAL ERA SÓ PARA APARECER NA TV

Coincidência: ontem, um festival de cinema em Lisboa passou o filme Ônibus 174. Um sequestro real de um autocarro no Rio de Janeiro, em 2000, que acabou com a morte de Sandro, o bandido, e de uma refém. No documentário, um sociólogo explica a acção de Sandro: ele lutava “contra a invisibilidade”… A sociedade não liga aos bandidos e estes estrebucham para dar nas vistas, topam? Na verdade, a razão de Sandro é bem mais prosaica: ele quer roubar. Uma boa polícia (como a portuguesa, anteontem) trata os bandidos como deve ser: como cidadãos de segunda. Sendo cidadãos, respeita-os: fala com eles durante horas (apesar de estarem a cometer um crime). Mas, porque são de segunda, respeita mais os de primeira, que são inocentes: se a vida destes periga, a polícia deve fazer tudo (até matar os de segunda) para os defender. Estas coisas são sempre dramas. Quanto aos sociólogos desculpadores (eles são um tipo), carregam uma culpa: eles fazem mal a todos, sobretudo aos bandidos.

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09/08/2008 Posted by | Política: artigos de opinião | , , | Deixe um comentário