Manuel António Pina: O reino do arbítrio
Ministra e secretários de Estado da Educação não foram capazes, na AR, de dizer em que lei consta a obrigatoriedade da entrega de objectivos individuais pelos professores ou a possibilidade de os conselhos executivos se lhes substituírem ou lhes instaurarem processos disciplinares. O mais que conseguiram titubear foi: “Está na lei…”. Percebe-se porque contratou Lurdes Rodrigues o eminente jurista Pedroso e lhe pagou 290 mil euros para fotocopiar “Diários da República”, trabalho de tal “exigência técnica” e “complexidade” que ele não foi capaz de o completar.
Os números dizem tudo: entre 1820 e 1900, o ME produziu 29 diplomas; de 1900 e 1974 cerca de 500; de 1974 a 1986 mais 900. De 1986 para cá tem sido o Dilúvio: são tantas as leis, decretos, portarias e regulamentos que o pobre eminente jurista, prestes a afogar-se, fugiu a sete pés com o cheque no bolso, deixando para trás um monte de 44 pastas a abarrotar de fotocópias. Diz-se em Direito que “muitas leis, lei nenhuma”. Quem se admira que o ME seja o reino do arbítrio? Ali pode fazer-se tudo, que há-de sempre haver uma lei que o permita…
Fonte: Jornal de Notícias de 26.03.2009
Ó Querida nós sabemos que a RTP é a lavandaria do governo…: Ministra da Saúde – Ana Jorge disposta a esclarecer incidente com jornalista da RTP
A ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou hoje que está disposta a ir ao Parlamento esclarecer o episódio de uma alegada repreensão feita a um jornalista da RTP depois deste questionar a sua colega da Educação
«Ainda não fui contactada, mas se for solicitado ou considerado necessário comparecerei no Parlamento», assegurou Ana Jorge, depois de o PSD ter exigido esclarecimentos sobre o incidente.
O Correio da Manhã noticiou quinta-feira que na apresentação do plano de combate à SIDA nas escolas, no Centro Nacional de Cultura, em que estavam presentes as duas ministras, um jornalista da RTP tentou questionar a ministra da Educação sobre os protestos dos professores.
Segundo o diário, Ana Jorge reagiu à pergunta, dirigindo-se ao jornalista: «O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à SIDA nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem».
A ministra falava aos jornalistas durante a inauguração do Centro de Saúde de Castanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira.
O novo equipamento, que representou um investimento de 2,6 milhões de euros e vai servir cerca de 8.700 utentes, assegurará consultas médicas, saúde materno-infantil, vacinação e tratamentos.
Ana Jorge anunciou ainda que o Hospital de Vila Franca de Xira está numa fase de discussão e que muito em breve será escolhido um concorrente para adjudicar a obra e gerir o equipamento.
Lusa/SOL
MILAGRE NA MATEMÁTICA
João Marcelino
Seja como for, esta situação ilustra o que nos últimos anos se tem passado na sociedade portuguesa e a todos os níveis.
Esmagado pela estatística, sobretudo no ensino e na saúde, o País interiorizou, com os governantes à cabeça, que a convergência com a Europa é um simples exercício numérico. Tudo estará bem se as estatísticas, ratificadas na Europa, forem melhores.
Fosse assim tão simples tratar da realidade
Ministra da Educação admite rever Lei das Finanças Locais
27.06.2008 A ministra da Educação admitiu ontem, em Santarém, a revisão da Lei das Finanças Locais caso a assunção de novas responsabilidades pelas autarquias, em matéria de pessoal não docente, a isso obrigue.
Maria de Lurdes Rodrigues participou ontem em Santarém na reunião da Rede Nacional de Cidades Educadoras, que centrou o debate na transferência de competências na área da Educação para as autarquias.
Antes da chegada da ministra, o vice-presidente da Associação Nacional de Municípios com o pelouro da Educação, António José Ganhão, frisou a necessidade de revisão da Lei de Finanças Locais, sob o risco de os municípios entrarem em incumprimento da lei pelos limites à despesa com o pessoal que esta impõe. Segundo Ganhão, a entrada de 36 mil funcionários (cinco mil dos quais considerados excedentários pelo ministério) na órbita das autarquias vai representar um crescimento de 34 por cento nas despesas com pessoal.
O diploma sobre o alargamento da transferência de competências para as autarquias foi aprovado na generalidade em Conselho de Ministros a 21 de Fevereiro e prevê que as autarquias passem a assumir, a partir do próximo ano lectivo, a responsabilidade pela gestão do pessoal não docente até ao 9.º ano, a gestão do parque escolar e a acção social escolar nos 2.º e 3.º ciclos, assim como o transporte escolar do 3.º ciclo, entre outras matérias. Lusa