Mãe em desespero – Deficiente profunda colocada em escola ‘normal’
Uma criança de seis anos, com 95% de incapacidade, foi colocada no agrupamento de escolas Alexandre Herculano, pela Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT).
A menina tem um atraso mental ao nível de um bebé de meses, não controla o próprio corpo, tem de ser alimentada por uma sonda, não fala e tem um elevado défice auditivo e visual. Necessita de transporte especial e de um local e de técnicos que a possam estimular.
A mãe, desesperada após ter sido informada da colocação da sua filha no agrupamento de Escolas Alexandre Herculano, apela à DRELVT para que reconsidere e considere a filha uma excepção à regra que encaminha todas as crianças, mesmo deficientes, para instituições regulares, após os seis anos.
E o volta atrás…:
Ministério garante ensino especial para criança com deficiência profundaO Ministério da Educação garantiu hoje que a criança de seis anos de Santarém portadora de deficiência profunda poderá continuar a frequentar o ensino especial enquanto os encarregados de educação assim o desejarem
Congresso Internacional sobre Ensino Especial
Realiza-se hoje, por iniciativa do Ministério da Educação, um Congresso Internacional sobre Ensino Especial.
Entre as várias ideias do Executivo, a de identificar os alunos com necessidades especiais através da classificação que é feita pelas regras da Organização Mundial de Saúde tem sido particularmente polémica.
O Governo diz que já seria um avanço face ao actual sistema, mas os críticos alegam que esse critério deixará muitas crianças de fora.
Hoje mesmo, á porta do Congresso a FENPROF distribuiu panfletos com criticas á reforma.
Segundo Mário Nogueira, as medidas do Ministério contrariam as indicações da UNESCO sobre este assunto.
“Objectivamente ao que nós hoje assistimos é ao Estado Português, isto é, o Ministério da Educação e o Governo, a tomarem medidas que contrariam essas convenções, nomeadamente quando deixam de fora milhares e milhares de alunos que, não tendo deficiência, mas tendo necessidades educativas especiais, deixam de estar integrados por esta classificação. Ou seja deixam de ser elegíveis para efeito de apoios, e isso significa uma grave ruptura com aquilo que são princípios fundamentais da escola pública”, considera o dirigente da FENPROF.
FA